sexta-feira, 11 de abril de 2008

COMPANHIA NA CAMINHADA - Lc 24.13-35

Dois discípulos retornavam decepcionados de Jerusalém. Com a morte do mestre, morre a esperança de que ele era o messias que traria a salvação para todo o povo.
É hora de retornar para a dura realidade de Emaús. Jerusalém não aceita a esperança, não quer um mestre humilde que prega e vive o amor, que lava os pés de seus seguidores.
É hora de sair de Jerusalém, local da cena do desamor. O melhor é retornar para o isolamento em Emaús. Deixar para trás os demais discípulos, que provavelmente estão fazendo o mesmo. Além disso, porque permanecer com aqueles discípulos que já estavam disputando a atenção e preferência do Mestre?
O Caminho de retorno é longo, mas menos cansativo com a recordação de tudo o que o mestre falara e fizera.
Alguém se aproxima. Ele quer caminhar conosco. O “estranho” pergunta: Sobre o que vocês estão conversando? Porventura interessa sobre o que conversamos a este “estranho”? Nós poderíamos ter dito a ele que falávamos sobre o jumento novo que o vizinho comprou ou sobre a promiscuidade sexual da aldeia vizinha ou sobre uma menina que foi assassinada lá no outro lado do Império supostamente pelo pai ou ainda sobre os shows de violência e corrupção do Império Romano. No entanto, preferimos falar sobre aquilo que realmente importa às nossas vidas. Não queríamos encobrir nossa preocupação com problemas secundários.
Falamos, então, de Jesus, sobre sua vida de oração e ação, sobre a perseguição e sua dolorosa morte. De repente, o “estranho” fala das Sagradas Escrituras com autoridade. Quando ele falava dos profetas seus olhos brilhavam e seu rosto se iluminava. Contagiava-nos com seu saber. Fazia-nos sentir uma alegria profunda. Sua voz aquecia nossos corações que há pouco era frio e endurecido pelo sofrimento.
Próximo à nossa casa, convidamos o “estranho” para que passasse a noite conosco. No jantar, ele faz um gesto de agradecimento pelo pão. Um gesto já conhecido. Então, se desvendam nossos olhos e percebemos que o “estranho” era Jesus. Mesmo ele tendo desaparecido em seguida, a nossa alegria permaneceu. Alegria tão grande que não conseguimos guardar para nós. Levantamos da mesa e, mesmo sendo noite e estando cansados, retornamos à Jerusalém para contar aos outros que ‘Cristo vive’.
(P. Marcos Rogério Radecke)

Igreja de Linha 8 de Agosto


Igreja de Linha República